Crianças disciplinadas com punição física tendem a mentir mais
Conforme estudo realizado pelas Universidades de McGill e de Toronto, Canadá, crianças tendem a mentir mais quando disciplinadas com punição física.
Os autores da pesquisa compararam dois grupos de crianças de um mesmo bairro.
O primeiro grupo era composto por crianças matriculadas em uma escola na qual a punição a comportamentos inadequados era administrada publicamente. A punição física era realizada por meio de um beliscão ou batendo com uma vara.
O segundo grupo foi composto por alunos de uma outra escola, também particular. Mas que a punição era administrada por meio detenção ou uma conversa em particular com o diretor. A média de idade era a mesma, entre os grupos.
O comportamento de ambos os grupos foi observado por meio de um jogo. No qual as crianças foram colocadas em uma sala junto a um brinquedo que não podiam mexer até que o pesquisador voltasse.
As crianças foram deixadas sozinhas lá, após receberem esta orientação. Tanto em um quanto em outro grupo, a maioria das crianças não resistiu à tentação e deu pelo menos uma espiada no brinquedo.
Contudo, muitas não assumiram a travessura e acabaram optando por mentir.
A mentira para evitar a punição física
Ao retornar à sala, o pesquisador perguntou a cada criança se ela havia pegado o brinquedo.
Quase todas as crianças matriculadas na escola em que se faz uso da punição física mentiram. Em contrapartida, menos da metade das crianças do outro grupo mentiram.
Além disso, as crianças da escola punitiva mentiam também sobre as características do brinquedo, quando questionadas pelo pesquisador.
Os dados do estudo condizem com muito do que vem sendo produzido nas pesquisas em Psicologia Compotamental.
Portanto, é possível inferir que, em situações passadas, quando estas crianças mentiram, elas se livraram de punições físicas que seriam administradas pelos educadores da escola.
Assim sendo, o comportamento de mentir foi aprendido através de uma relação simples: se eu mentir, não vou apanhar.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil