Automutilação

automutilação

A automutilação é o ato de machucar, de maneira proposital, o próprio corpo. Isso acontece por meio da realização, por exemplo, de cortes e de agressões a si mesmo.

Geralmente não é uma tentativa de suicídio, mas, sim, uma lesão pessoal para lidar com sentimentos extremos, como raiva e frustração. 

A automutilação tem um efeito cíclico, ou seja, a pessoa se corta para alcançar uma sensação momentânea de calma, mas, normalmente, é seguida por um sentimento de culpa, de vergonha e de retorno de emoções dolorosas.

Ainda que as lesões, habitualmente, não tenham a intenção de oferecer risco de vida, com a autolesão sempre há a possibilidade de consequências mais graves e, até mesmo, fatais. 

Assim, através do tratamento adequado, as pessoas podem aprender maneiras mais saudáveis de lidar com seus sentimentos e seus ser psicológico.

Portanto, quais são as causas da automutilação? Quais os sintomas e fatores de riscos? Qual a forma de tratamento e prevenção da autolesão? Essas perguntas serão respondidas no texto a seguir. 

O que causa a automutilação?

Antes de mais nada, é preciso entender que não existe uma causa simples ou única que leva um indivíduo ao ato de se machucar. Os fatores e as razões que podem condicionar a autolesão são:

  • Incapacidade de lidar de maneira saudável com dores emocionais e psicológicas.
  • Dificuldade de lidar com as emoções, com a expressão e com o entendimento dos sentimentos.
  • Tentativa de redução ou gerenciamento da angústia, da ansiedade e da sensação de vazio. 
  • Busca da distração de lembranças, de sentimentos e das sensações dolorosas por meio da dor física.
  • Sensação de controle do próprio corpo, dos sentidos e das situações do cotidiano.
  • Expressão de sentimentos internalizados de maneira externa.
  • Forma de punição e castigo por falhas pessoais. 
  • Tentativa de comunicar a ansiedade ou depressão.

Fatores de risco

É comum que as pessoas que praticam a automutilação estejam na faixa etária dos 13 a 25 anos. Afinal, a autolesão, em geral, começa na pré-adolescência ou no início da fase adulta. 

É nesse período, a adolescência, que as emoções são mais instáveis e há, também, a pressão familiar, social e estudantil. 

Ademais, as pessoas que têm amigos ou familiares que se automutilam têm maior probabilidade de, também, começar a se automutilar.

Os fatores de risco que podem aumentar o risco de autolesão são:

  • Sofrer abuso físico, emocional ou sexual.
  • Vivenciar situações traumáticas.
  • Ter problemas de saúde psicológica ou doenças crônicas.
  • Usar drogas psicotrópicas e bebidas alcoólicas.

Por fim, estudos mostram que as meninas são mais propensas a se cortar do que os meninos.

Complicações da automutilação

A automutilação pode gerar diversas complicações, tais como:

  • Infecções por causa de feridas e ferramentas não higienizadas de forma correta.
  • Agravamento dos transtornos e problemas psicológicos subjacentes, se não ocorrer o tratamento adequado.
  • Cicatrizes permanentes e, até mesmo, desfiguração.
  • Risco de lesões graves e, também, fatais.

Risco do Suicídio

Apesar da automutilação, em grande maioria, não ser uma tentativa de suicídio, ela pode aumentar, de maneira significativa, o risco de suicídio. Isso devido ao fato de que a automutilação é desencadeada por diferentes problemas emocionais. 

Sinais de alerta

Os sinais de alerta das pessoas que praticam a automutilação são:

  • Cicatrizes, lesões e queimaduras inexplicáveis. 
  • Baixa autoestima e insegurança.
  • Dificuldade de lidar com emoções
  • Mau rendimento no trabalho, na vida acadêmica e pessoal.
  • Tentativa de esconder as lesões por meio de roupas, band-aids e entre outros.

Prevenção

Não há uma forma mágica de impedir que uma pessoa tenha o comportamento de automutilação.

No entanto, há maneiras de diminuir o risco desse tipo de atitude, como o apoio de familiares, de amigos, de professores e de pessoas de confiança. Outras medidas de prevenção são:

  • Perceber os sinais e, assim, indicar ou oferecer ajuda.
  • Incentivar o aumento da conscientização em escolas e ambientes de trabalho.
  • Estimular a pessoa a procurar tratamento adequado.
  • Discutir sobre a influência da mídia. 

Tratamento da automutilação

O primeiro passo do tratamento, após a exibição dos sinais de autolesão, é a busca por um profissional da Psicologia e da saúde mental, como um psiquiatra. 

É necessário realizar uma avaliação para, assim, seguir uma abordagem de tratamento adequada para a interrupção da lesão e para impedir o andamento do quadro cíclico.

Outras formas de tratamentos são a terapia ambulatorial e a internação, parcial (de 6 a 12 horas diárias) ou hospitalar. 

Por conseguinte, o tratamento eficaz da automutilação, normalmente, é a combinação da terapia comportamental com o uso de medicamentos. Terapias alternativas, como musicoterapia, meditação e acupuntura, também, podem gerar melhoras no quadro.

Como procurar ajuda?

Como abordado no tópico anterior, o auxílio psicológico é a forma mais eficaz de tratamento. Em razão disso, busque a ajuda de um profissional da Psicologia.

Além disso, o  Centro de Valorização da Vida (CVV) possui chat, linha telefônica (188) e e-mail gratuitos, que são disponíveis 24 horas e com total sigilo. E você, também, pode pedir para conversar com um voluntário pessoalmente em horários comerciais através deste link.

Por fim, lembre-se: você não está sozinho. Procure ajuda.

Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.

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