Exposição parental ao THC ligada à Drogadição e a Comportamento Compulsivo em prole não exposta
Expor ratos à THC (tetrahidrocanabinol), pode levar a alterações moleculares e comportamentais na próxima geração da prole.
Embora esta progênie não tenha sido diretamente exposta à droga.
Para tanto, perceba que o THC é o principal ingrediente psicoativo da maconha.
De acordo com pesquisadores da Escola Icahn de Medicina de Mount Sinai descobriram.
A descendência masculina mostrou forte motivação para a auto-administração de heroína durante a vida adulta apresentando modificações moleculares do Sistema Glutamatérgico.
Que é a via excitatória mais importante para a neurotransmissão no cérebro.
Além disso, danos na via glutamato tem sido associados a distúrbios no comportamento dirigido para objetivos e na formação de hábitos.
Aliás, o glutamato regula a plasticidade sináptica,
Os efeitos do uso da maconha
“Nosso estudo enfatiza que a cannabis [maconha] afeta não apenas os expostos, mas tem efeitos adversos sobre as gerações futuras”. Conforme Yasmin Hurd, PhD, autora sênior do estudo e professora de psiquiatria e neurociência na Escola Icahn de Medicina de Monte Sinai .
“Encontrar uma maior vulnerabilidade para a dependência de drogas e comportamento compulsivo em gerações não diretamente expostas é uma consideração importante para os legisladores. Considerando a legalização da maconha.”
No estudo, ratos machos adolescentes receberam 1,5 mg/kg de THC. Semelhante a cerca de um cigarro de uso humano.
Nenhum dos ratos foi exposto a THC antes. Mas os seus genitores foram expostos a THC quando adolescentes. E, em seguida mais tarde no curso de sua vida, acasalaram.
A prole exposta ao THC trabalhou mais arduamente na auto-administração de heroína. Efetuada por acionamento de uma alavanca várias vezes para obter a infusão da droga.
Apesar de o uso e a segurança da maconha serem, normalmente, discutidos em termos de seu impacto para o indivíduo durante a vida, poucos estudos têm abordado os efeitos adversos nas gerações futuras.
“Esse fato levanta muitas questões a respeito dos mecanismos epigenéticos que mediam os efeitos cerebrais entre gerações”, de acordo com Hurd.
Estudos futuros já estão sendo explorados para determinar se os efeitos do THC continuarão a ser transmitidos até mesmo para os netos e bisnetos de gerações subsequentes.
Assim sendo, outra questão importante diz respeito a intervenções de tratamento potenciais. A fim de reverter os efeitos do THC entre gerações.
Tais percepções também poderiam ter implicações para novas oportunidades de tratamento para doenças psiquiátricas relacionadas.
Artigo traduzido por Jorge Lyra
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil