Nomofobia

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Os telefones vêm adquirindo cada vez mais espaço na vida das pessoas. No Brasil, desde abril de 2018, tem mais smartphones por habitante. Além disso o Brasil é o quarto país do mundo mais conectado à internet, segundo um relatório da ONU em 2017. Atualmente, é possível fazer praticamente tudo com simples toques na tela de um celular. Mas até onde o uso desse aparelho é saudável? Quando isso pode virar uma nomofobia?

O termo nomofobia vem ganhando grande espaço na área da saúde porque ele representa algo de certa forma alarmante. A nomofobia é o medo de não estar 24 horas por dia e sete dias da semana conectado ao celular. No Brasil, é um tema novo, entretanto no Japão, na Coréia do Sul e na China o assunto já é tratado como problema de saúde pública, contando com centros de reabilitação especificamente para a nomofobia. 

O que é nomofobia?

A nomofobia é uma dependência digital. Ou seja, a pessoa com essa fobia sente uma angústia quando não consegue o acesso a celulares. O termo foi criado no Reino Unido e une as palavras inglesas no (não) e mobile (celular) com fobia. Em 2008, a Agência de Correios do Reino Unido, em parceria com o centro de pesquisa britânico YouGov, fez uma pesquisa para avaliar a ansiedade sofrida por usuários de celulares. Por fim, foi constatado que 53% dos britânicos usuários de celulares ficam ansiosos, angustiados quando “perdem o celular, ficam sem bateria ou crédito, ou ficam sem cobertura de rede”.

Apesar da nomofobia não estar no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V, a nomofobia foi sugerida como “fobia específica” baseada nas definições do DSM-IV. Além disso, a identificação dessa fobia pode ser difícil porque muitas vezes é confundida com ansiedade, um de seus sintomas.

Hábitos que indicam a nomofobia

Primeiramente, as pessoas com nomofobia tendem a desenvolver alguns hábitos com os celulares em comum. Alguns deles são:

  • Nunca desligar o telefone e mantê-lo sempre por perto.
  • Garantir que o celular esteja sempre com bateria, incluindo levar cabos e carregadores portáteis para todos os lugares.
  • Conferir obsessivamente as notificações.
  • Ficar chateado ou ansioso quando esquece o celular em algum lugar.
  • Acordar no meio da noite para usar o celular.
  • Parar muitas vezes os estudos ou o trabalho para ficar no celular.
  • Deixar de socializar pra ficar no celular.

Além disso, as pessoas com nomofobia podem colocar em risco a sua vida e das outras pessoas. O maior exemplo é o uso de aparelhos eletrônicos no trânsito, que podem causar acidentes fatais.

É importante lembrar que a nomofobia só pode ser diagnosticada por um psicólogo ou um psiquiatra. Portanto, muitas vezes os hábitos podem estar relacionados a outros transtornos, e não com a nomofobia.

Sintomas

Por ser um transtorno ainda em estudo, ainda não existe uma lista fixa de sintomas para a nomofobia. No entanto alguns sintomas já são observados como uma constante no comportamento das pessoas com nomofobia. Ademais, esses sintomas podem ser físicos e mentais.

Sintomas físicos

  • Falta de ar
  • Sudorese
  • Taquicardia
  • Tremores
  • Dor de cabeça e enxaqueca
  • Alteração da respiração
  • Desorientação
  • Tontura
  • Náuseas

Sintomas mentais

  • Ansiedade
  • Solidão
  • Irritabilidade
  • Estresse
  • Medo
  • Baixa autoestima
  • Crises de pânico
  • Tristeza

Tratamento

O tratamento da nomofobia tem se mostrado muito efetivo com a Terapia Comportamental. O psicólogo dessa abordagem trabalha com o paciente a partir de um detox digital. 

Além disso, o Instituto Delete também faz um detox digital com longos períodos de abstinência de aparelhos eletrônicos para tratar a nomofobia. O Instituto foi uma iniciativa da Universidade Federal do Rio de Janeiro e trata também o vício em pornografia.

Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.

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